terça-feira, 30 de junho de 2009

TDAH - Transtorno de déficit de atenção

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um transtorno neurobiológico, de origem genética, que tem início na infância e persiste por toda a vida, comprometendo o funcionamento da pessoa em vários setores de sua vida.
Se caracteriza por 3 grupos de alterações:
hiperatividade
impulsividade
desatenção

O termo hiperatividade está incluído neste transtorno, mas nem sempre está presente em crianças com TDA, e sua denominação seria mais correta se fosse "síndrome de inconstância da atenção" uma vez que é a inconstância da atenção que compromete o rendimento da criança.
A Medicina já descreveu este transtorno com outras denominações como: síndrome da criança hiperativa, lesão cerebral mínima, transtorno hipercinético, transtorno primário de atenção e hiperatividade (síndrome = conjunto de sinais e sintomas que definem uma doença).

HIPERATIVIDADE
É o aumento da atividade motora. A pessoa hiperativa é inquieta e está constantemente em movimento. Quando se trata de uma criança, os professores a descrevem como uma criança que não pára no lugar, mexe com todos os colegas, fala muito, parece que é "elétrica", como se tivesse um motorzinho ligado o tempo todo; bate os pés, mexe com as mãos e muitas vezes adormece na carteira escolar. É difícil se interessar por uma brincadeira em que tenha que ficar quieta, pois geralmente está correndo e subindo nas coisas. A hiperatividade a impede de simplesmente sentar para comer ou para assistir a um programa de TV.

IMPULSIVIDADE
É a deficiência no controle dos impulsos. Impulso é a resposta automática a um estímulo. Por exemplo, se alguém pisa no nosso pé, a gente grita sem mesmo saber o que aconteceu.
Uma criança pequena é um bom exemplo de impulsividade, porque a criança nessa fase não desenvolveu nenhum controle dos seus impulsos. É como se ela não tivesse um freio e somente à medida que vai crescendo, a educação vai lhe dando este freio interno, através de um processo de inibição da resposta imediata.
No TDAH as reações tendem a ser imediatas, sem reflexão. Se a criança leva um tapa ela reage agressivamente, imediatamente. A "marca registrada"da impulsividade é a impaciência, a dificuldade de esperar. Nas brincadeiras não consegue esperar sua vez; nunca obedece filas; não lê uma pergunta até o final e já vai respondendo e costuma se intrometer nas conversas dos outros. Um aspecto importante a ser frisado é que as meninas teem menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os meninos, embora sejam igualmente desatentas.

NOS ADULTOS
As pessoas impulsivas têm reações súbitas, sem pensar e no trânsito podem ser perigosas, pois são imprudentes e com isso cometem mais infrações, pois não conseguem esperar, ultrapassam perigosamente, avançam sinais, querem sempre chegar rápido e por isso correm mais.
Podem comer por impulso, comprar por impulso, tomar decisões por impulso e depois se arrependerem, quando refletirem no assunto. Crianças e adultos impulsivos costumam ter reações explosivas súbitas, dizem o que vem à cabeça, mas esta reação passa logo, elas se arrependem e tratam a outra pessoa como se não tivesse acontecido nada. Já uma pessoa sem TDAH tem uma reação de raiva e o ressentimento pode durar horas e até dias. Na TDAH esta reação é passageira.

DESATENÇÃO
A falha de atenção pode se apresentar de diversas formas: a pessoa não consegue manter a concentação por muito tempo; numa conversa é capaz de perder o fio da meada; na hora da prova esquece tudo que estudou - dá um branco. A mente da pessoa com TDAH parece que não tem um filtro e por isso qualquer estímulo é capaz de desviar sua atenção; numa sala de aula um simples ruído tira a atenção da criança; não é capaz de dar um recado , simplesmente por não se lembrar. Sua memória está conservada, ela só não consegue lembrar do momento de fazê-lo.
Geralmente as pessoas com TDAH são desorganizadas, graças a sua falha de atenção e à hiperatividade e com isso perde objetos com frequencia ou não lembra onde os colocou.

O TDAH também pode se apresentar sem sinais de hiperatividade e nestes casos a criança é quieta, calada, introvertida, muitas vezes obediente, mas vive desatenta, não se concentra no que faz e por vezes é considerada, erroneamente, como pouco inteligente, sem aptidão para os estudos ou mesmo preguiçosa.

TRATAMENTO
O tratamento é feito com medicação, dada pelo Neurologista, e sessões de psicoterapia onde a criança aprende a se organizar, concentrar-se naquilo que faz e entender o que se passa com ela. A melhora é bastante acentuada, embora não tenha cura definitiva.

Psicoterapia infantil - quando procurar?

A psicoterapia para crianças deve acontecer quando os pais percebem que seu filho vem apresentando questões, dificuldades ou comportamentos que ultrapassam suas possibilidades de solucionar ou mesmo lidar com elas. Sempre haverá sinais que serão percebidos pelos pais: um comportamento mais retraído ou mais agressivo; dificuldades de aprendizagem; desinteresse por coisas que gostava antes; dificuldade de se relacionar com os amiguinhos; sono ou apetites alterados...
É muito comum as dificuldades emocionais serem percebidas pela escola, pois este é o espaço social onde a criança passa grande parte do seu dia. E é muito importante que os pais tenham uma relação positiva e de confiança com a escola, mantendo os canais de comunicação abertos para que as partes conversem e troquem informações, pois o maior benefício será da criança.
A psicoterapia se desenvolverá através da ludoterapia, ou seja, pelo brincar, pois é pelo brincar que a criança se comunica e expressa seus sentimentos, situações que a incomodam, já que ainda é pequena para verbalizar suas dificuldades como os adultos. Por exemplo: uma criança que faz xixi na cama numa idade onde já deveria controlar (a partir de 3/4 anos)ou rói unhas, está demonstrando um nível de ansiedade por algo que está acontecendo a sua volta e que ela não está conseguindo lidar ou muitas vezes entender, como a briga ou separação dos pais, o nascimento de um irmão, mudança da família para outro bairro ou estado. Na ludoterapia a criança vai expressar este medo que a assola e poderá entender o que se passa, diminuindo a ansiedade e extinguindo os sintomas.
Não devemos temer procurar ajuda, pois quanto mais resistimos, mais alongamos o problema e sua consequente solução.

Psicólogo: quando e por que procurar um?

A Psicologia é uma ciência que tem como objetivo, através de técnicas especializadas, ajudar as pessoas a se entenderem melhor. O nosso organismo está sempre em busca do equilíbrio e da felicidade.
As dificuldades emocionais geram sintomas diversos e podem interfeir em nossas atividades, bem como na aprendizagem, no caso de crianças.
Você já deve ter ouvido muitas pessoas dizerem: "Psicólogo é coisa de maluco". Mas não, não é coisa de maluco. Muito pelo contrário. Quando estamos conscientes de que algo está errado conosco ou que não está dando para caminhar sozinho e procuramos ajuda de um Psicólogo, é justamente o nosso lado saudável que está falando mais forte, procurando o equilíbrio necessário e dando o primeiro passo para a cura.
Cuidar do corpo e da mente é obrigação de todos nós.